Wednesday, December 06, 2017




Aqui vão umas fotos de troncos colonizados por um cogumelo luminoso (tanto quanto sei, as primeiras de sempre tiradas no nosso país), que eu encontrei em finais de Novembro de 2017, na minha quinta (perto de Óbidos). 
A este tipo de luminescência, são dadas diferentes designações, como «fogo das raposas» ou «fogo das fadas», e já deve ser conhecido desde há milhares de anos,  pois Plínio, o Velho, fez uma menção à madeira de oliveiras que brilhava.
Mais tarde, o historiador Sueco, Olaus Magnus, escreveu em 1652, que no Norte da Escandinávia, quando as pessoas se aventuravam na floresta durante a noite, costumavam de colocar pedaços de casca de carvalho luminosa em certas partes da floresta (e por intervalos), de forma a conseguirem encontrar o caminho de volta.
Um submarino antigo, chamado de Turtle teve as suas agulhas (do barómetro e do compasso) iluminadas pelo «fogo das raposas».
Quanto aos exemplares que foram achados em Óbidos, ainda que brilhassem bem quando foram fotografados  (e o Adriano Neves fez um excelente trabalho), estavam já fora do auge lumínico, pois foram encontrados 2 semanas atrás antes destas fotos serem tiradas, e mesmo 3 dias, após terem sido encontrados, já a intensidade da luminescência tinha diminuído consideravelmente. 
Para ter uma ideia, basta dizer, que nas primeiras 2 noites, dava perfeitamente para ler um livro ao pé destes exemplares.
Algumas fotos mostram o aspeto dos troncos, quando expostos à luz normal e as outras, mostram a luminosidade destes, em condições de completa escuridão (a câmara usou a luz produzida pelos cogumelos, para tirar as fotografias).´
A espécie que produz tal espetáculo ainda é desconhecida, mas muito provavelmente trata-se de uma espécie do género Armillaria.
Este site apresenta-nos informações muito interessantes sobre este género: https://www.nytimes.com/2017/11/03/science/humongous-fungus-armillaria-genes.html
As espécies de género Armillaria, têm uma reputação um tanto injusta de serem um agente patogénico, pois na verdade, em florestas saudáveis não causam danos nenhuns, sendo até bastante úteis na destruição de árvores doentes ou pouco saudáveis, na decomposição de material vegetal e no enriquecimento dos solos.
  Monoculturas cultivadas pelos humanos em vastas áreas, com pouca variedade genética, é que podem ficar particularmente vulneráveis a este agente fitossanitário.
Também gostaria de mencionar que alguns fungos do género  Armillaria, são considerados os maiores seres vivos, que se conhecem na Terra (sobretudo devido aos seus extensos micélios).
A ver se para a próxima, consigo que um achado como estes, seja fotografado numa fase mais luminosa.

















Alguma variação na tonalidade e intensidade da bioluminescência foi encontrada durante a sessão fotográfica, nestes exemplares:


Uma versão ampliada:



 © Adriano Neves - adrianon.com - instagram.com/acseven
                                                  Fotografias utilizadas com autorização do Autor
                                              


Um pequeno vídeo (slide show fotográfico):