Thursday, February 11, 2016


Como prometido, aqui estão algumas fotos (provisórias, depois pretendo tirar mais e melhores) de um espaço verde situado em Lisboa (Santa Maria de Belém), onde houve intervenção camarária, no sentido de melhorar as condições do solo e da vegetação local. 
Em 2014/2015, foi espalhado humus, foram plantadas espécies nativas que anteriormente ocorriam no local, foram colocadas pilhas de troncos, para proteger o solo e foram colocadas vários contentores novos para o lixo. 
A vegetação entretanto instalada, sobreviveu perfeitamente ao verão (2015). Convém lembrar, que em anos anteriores, não havia quase qualquer vegetação no solo (mesmo durante as fases mais húmidas) e algumas árvores estavam em perigo de vida. 
Uma colónia local de diferentes espécies de insetos luminosos, tem sido monitorizada, desde o ano de 1997. 
Poucos anos após o início da investigação, foi registado um decréscimo acentuado no número de pirilampos, e em 2007/2008 (até ao presente), 3 espécies encontravam-se aparentemente extintas no local. 
Uma espécie ainda aparecia, mas em numeros muito baixos (por vezes, apenas um exemplar aparecia no mesmo local, durante várias noites seguidas, sem conseguir atrair um parceiro). Pela primeira vez, a floresta estava escura e privada dos espetáculos luminosos que envolviam centenas de intervenientes que brilhavam, por vezes, mesmo em simultâneo. 
Como até em anos mais favoráveis à sua ocorrência, o número de insetos luminosos continuava a descer, decidimos tentar tomar a decisão de intervir, pois algo errado se passava e as causas, como se foi averiguando com o passar do tempo, eram de origem humana. 
As próprias árvores da floresta, começaram também a definhar, ocorrendo até a morte de alguns exemplares, portanto era necessário que se tomasse uma decisão urgente, pois algumas destas árvores, são até bastante antigas e de valor conservacionista importante. 
Algumas causas do problema, foram efetivamente o remover de rochas que protegiam o solo, o pisoteio , mas sobretudo a remoção excessiva de vegetação e humus, dentro desta pequena floresta. 
Tal provocou um desequilibrio no solo e consequentemente na vegetação e nos seus habitantes. Era agora mais dificil sobreviver aos períodos mais quentes e secos do ano. 
Valeu assim bastante a pena, a minha cooperação com a Câmara Municipal de Lisboa, que foi pronta e precisa, nas suas decisões e ações, intervindo na área em questão, poucos meses, após o início das nossas comunicações. 
A ideia é conseguir um elevado grau de sustentabilidade ecológica, com o mínimo de intervenção, sem no entanto, descurar a vertente paisagística.
Espera-se agora (assim que o ponto de equilibrio seja finalmente estabelecido), que a fauna local (como várias populações de pirilampos) volte de novo a habitar este pequeno e ressuscitado oásis de vida, dentro da urbe lisboeta.